segunda-feira, 31 de maio de 2010

compartilhando o que é belo.



faz um tempo uma amiga (muitíssimo querida) enviou-me um dos textos mais lindos que já li sobre o amor. esperei o ‘momento certo’ de compartilhá-lo com você, que acompanha minha vida escrita por aqui... esse texto é um desejo meu, pois anseio viver um AMOR BONITO, cuja beleza retrate a força e a pureza dele. entendi que o amor forte não traz tanta felicidade... quero um ‘amor bonito’ que me proporcione todas as sensações sinestésicas, psicodélicas e mágicas que ele traz! amar é decisão, eu decidi ser feliz. sem mais delongas, eis O texto:


"AMAR BONITO

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar:
Aprendam a fazer bonito seu amor.
Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender...
Tenho visto muito amor por aí.
Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.
Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.
Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam,descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Sim, de razões.
Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.
Nem queira!!!
Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada.
Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?
Talvez não.
Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito.
Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança.
E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.
Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.
Saia cantando e olhe alegre.
Recomenda-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre se possível com beijos 'aquela conversa importante que precisamos ter', arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.
Para quem ama, toda atenção é sempre pouca.
Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível.
Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor, ame.
Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito).
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser.
Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.
Falando besteiras, mas criando sempre.
Gaguejando flores.
Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil.
Revivendo os caminhos que intuiu em criança.
Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade.
Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.
Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma do amor:
Cuide da voz.
Cuide da fala.
Cuide do cuidado.
Cuide de você.
Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz." __ Artur da Távola.


- o difícil não é impossível... é apenas uma 'barreira' à valorização completa do que realmente merece ser valorizado! ;)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

identidade - reflexo da renovação diária da mente.



entendo que a verdadeira mudança é aquela que COMEÇA no interior e só quem sofre o processo consegue percebê-la. sabe aquela satisfação de conseguir fazer algo que antes lhe era impossível? sinto-me feliz em poder dizer que essa sensação tem sido cada vez mais freqüente em minha vida e o sentimento gerado por ela é interessante - desperta o desejo de SER MELHOR todos os dias. a mudança externa é CONSEQUÊNCIA – investir em relacionamentos; o tratamento para com as pessoas; o amor; o respeito e enfim, as atitudes diferentes ( e espero que melhores) para com aqueles que me cercam.
(é inquestionável o fato de existirem pessoas que despertem tal ‘desejo de melhoria’ em mim, mas acima delas está a revolução que acontece em mim - aquela a que só EU e ELE temos acesso.).
esse ‘lance’ de fazer ou agir de acordo com o que esperam de mim, ou então para simplesmente ser cordial não faz parte da minha realidade mais - é superficial demais. faço e ajo de acordo com a motivação REAL que existe em meu coração e mente. as pessoas são apenas alvos daquilo que tenho experimentado aqui dentro. aprendi que tudo o que é feito para que os outros vejam e aplaudam é sinônimo de hipocrisia. mais importante que ver minhas atitudes e palavras serem plausíveis aos olhos alheios é conhecer a verdadeira relevância delas aos MEUS próprios olhos, deitar no travesseiro a noite e fazer minha auto-avaliação diária, percebendo que cresci em determinadas áreas e que em outras preciso dedicar-me mais. fisiologicamente não existe crescimento sem dor. creio emocionalmente também não. não é confortável deixar de ser criança no campo das emoções. amadurecer idéias e aplicá-las à nova demanda da ‘vida adulta’ é uma tarefa que exige destreza e sabedoria.
na aula inaugural do curso de filosofia que vou cursar no próxima semestre, o professor disse algo que creio que estará em minha mente enquanto eu puder ‘dominá-la’: “Os maiores filósofos não ficaram conhecidos por terem sido grandes pensadores. O que os destacou foi o fato de eles possuírem a ponte entre as grandes idéias e a prática delas”. creio que essa seja a chave para a sabedoria – possuir o conhecimento e aplicá-lo, seja na área que for. o que adianta a um engenheiro elétrico não saber economizar energia?! da mesma forma, não adianta você adquirir conhecimentos riquíssimos com as ‘lições da vida’ e deixar de aplicá-los em seu cotidiano. a vida é preciosa e detalhista, exige que tenhamos discernimento para as pequenas coisas, já que são elas que compõem as grandes. Deus é o único que pode capacitar-nos nessa ‘tarefa’ de sermos melhores todos os dias. Ele sabia que a semente para a boa convivência estaria em cada um, de maneira peculiar... Ele respeita a nossa singularidade e mesmo em meio a uma multidão, contempla cada coração e mente de maneira única.
“mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança na mente de vocês.” (Romanos 12.2). todos os dias somos bombardeados por informações que resultam numa mixórdia em nossa mente. ao render-nos à corrida capitalista em que somos inseridos, deixamos de ter tempo para avaliar nosso dia, nossos atos. por isso faz-se necessário entregar a Ele nossa mente e nosso tempo. SÓ Ele tem poder para excluir do nosso sistema todos os ‘spams’ que recebemos minuto pós minuto... e SÓ Nele encontraremos refúgio para termos tempo de qualidade – para avaliar, melhorar e crescer.

eu quero ser melhor, todos os dias. quero melhorar pra mim mesma e pra Ele, antes de tudo. o “amor ao próximo” se dá quando entendemos que somos amados por Deus de uma forma indescritível. é esse amor que nos capacita a amar a nós mesmos e o outro.

SÓ em Deus conseguimos crescer com a pureza de criança, sem perder nossa identidade, mas tendo-a restaurada e reparada por Ele.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

dança no silêncio.




assisti um filme ontem, “The Horse Whisperer (O Encantador de Cavalos)”. muito interessante. um cenário maravilhoso, de natureza exuberante e cativante. dá vontade de morar num rancho daqueles! além disso, havia na trama o romance de Annie e Tom, que me arrancou suspiros! tão envolvente acompanhar o flerte, a delícia da surpresa dos pequenos detalhes que enfeitam os momentos do nascente casal... ai ai! uma cena em especial chamou-me a atenção. na verdade, fiquei encantada com ela! na tal cena, Annie e Tom começam a dançar. embalados pela melodia e tomados pela paixão ‘proibida’, eles se deixam envolver pela magia do momento... começam distantes , superficiais. aos poucos, Tom começa a acariciá-la nas costas, a apertar-lhe a mão e enfim, aproxima-se dela. juntinhos, eles conseguem sentir as batidas do coração um do outro, que bate descompassado e forte, naquele ritmo que é peculiar dos casais apaixonados. a música termina e eles se separam.

sou fã de carteirinha da linguagem corporal. quando os lábios emudecem, o corpo tem o poder de estabelecer um diálogo profundo e intenso em que cada gesto revela um sentimento tão sublime, que não pode ser descrito com palavras, cada olhar revela a intimidade mais pura e verdadeira que qualquer combinação de letras conseguiria expressar.

o filme deixa claro que amar não basta. há de se relevar inúmeras outras coisas para dividir a vida com outra pessoa. não basta ser lindo, forte e arrebatador, o amor tem que ser também ponderado e racional para optar pelo melhor para o casal e para os que vivem com ele. não, eu não errei ao digitar ‘racional’. essa de que amor é ilógico, impetuoso e ‘cego’ não é verdade pra mim. amar é atitude, decisão, prática. gosto de ser uma pessoa pensante que ama. sentimentos não podem ser estratégias de conquista e nem de convívio. eles são fruto desse convívio e motivam essa conquista. é preciso ter destreza para continuar dançando juntinho, amando, mesmo que seja no silêncio. nessa hora, o coração ajuda bombeando o sangue pro cérebro, que é o verdadeiro centro das emoções.

bem aventurados os que treinam seus ouvidos para captarem ‘sons escondidos’, pois no silêncio enlouquecedor o ‘tum-tum’ será O detalhe.


[eu vou continuar no salão...]