quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

aos amigos de todos os dias...





amizade não é concordar em tudo. não é um relacionamento de palavras vazias e declarações superficiais. amizade é um relacionamento nobre que precisa de maturidade. porque é a maturidade que vai te fazer engolir o orgulho e reconhecer um erro. é ela também que vai te ajudar a escolher o melhor pelo grupo, e não apenas para você. amizade é aliviar a barra do outro, é trocar plantão, é discutir e fazer as pazes. é gostar, desgostar e gostar de novo. porque, como disse Mario Quintana, “amizade é um amor que nunca morre”. e não morre mesmo, apesar dos indivíduos e seus individualismos, apesar da falta de tempo, apesar da diferença de horário, apesar da distância. e isso tudo eu aprendi e reaprendi com vocês, queridos. todos, de forma singular e inesquecível, marcaram minha vida e me ensinaram muito sobre a vida, sobre amizade, sobre amor.

aprendi que conhecer uma pessoa e mudar sua visão sobre ela pode ser um presente que marcará uma vida inteira! aprendi a falar menos e a ouvir mais. entendi que tentar corrigir os meus defeitos é mais difícil que apontar os dos outros, mas que preciso aceitar o desafio de ser melhor a cada dia para merecer ter por perto pessoas tão especiais. vocês fizeram meus dias mais felizes e coloridos, acordar era difícil, mas saber que partilharia o dia com vocês suavizava o som do despertador!

obrigada por me aceitarem, por me ouvirem, por se importarem, e saibam que a recíproca é fruto do carinho e do espaço que cada um conquistou em meu coração!

Deus cuide de nós, da nossa amizade, da cumplicidade do grupo enquanto colegas de sala e de profissão. e que Ele norteie nossos passos na direção certa, à semelhança dos profissionais exemplos de idoneidade, dedicação e sabedoria que tivermos oportunidade de acompanhar, afinal, na era das máquinas e homens-robô, é privilégio assimilar a arte de pensar, de questionar, de se destacar pelo conhecimento e pela vontade de fazer o melhor pelo paciente!

aprender com vocês é um prazer que se renovará no próximo semestre!
até lá, sintam saudade de mim, porque sentirei de vocês!

... com carinho, tai

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

'um cais de porto'...


                                                   (sugestão: aperte o 'play' e ouça enquanto lê)

quem nunca viveu uma experiência que pareceu estilhaçar o coração e a vida em incontáveis pedacinhos?! e depois disso, teve a nítida impressão de que pra manter-se vivo teria que catar cada um deles, colá-los e sobreviver como um amontoado de restos remendados, vulneráveis a qualquer abalo sísmico do terreno instável que é a vida e a convivência com as pessoas?

assim como vc, eu também me vi dizer sim à essas perguntas. e confesso que durante o período crítico, realmente me vi como uma colcha de retalhos. mas hoje, ouvindo ‘lanterna dos afogados’, dos paralamas, disse a mim mesma: não, eu não sou os cacos que restaram. não sou resto do que já vivi. prefiro pensar que o que sou hoje compõe a melhor parte de mim, a mais forte, a que resiste às variações de humor, de temperatura e de profundidade. e na verdade, não é uma questão de ‘preferir pensar’. é assim.

é como se tudo fosse uma cirurgia para a ressecção (extração) de um tumor. (sim, a analogia é contextualizada à minha nova rotina). o corpo inteiro são, sofrendo por um conjunto de células rebeldes. surge então a necessidade de intervir, deter essa rebelião que causa um risco de morte iminente. corta-se a pele, o tecido em baixo dela, o músculo. não tem como chegar ao cerne do problema se não retalhar as estruturas que o recobrem. retirado o tumor, a cicatriz. o corpo poderá voltar à vida, à saúde. a pior parte foi-se embora, e no lugar dela, uma cicatriz. essa cicatriz existe pra não nos deixar esquecer que o pior foi retirado, que somos a parte saudável. 
é um processo de aperfeiçoamento. porque quem disser que não busca a perfeição estará omitindo a verdade de si mesmo. todos almejamos alcançá-la... senão para os outros, para nós mesmos.

não sei quantas vezes terei que passar por esse tipo de cirurgia. e também não sei quantas cicatrizes serão necessárias para que eu seja melhor, mais sábia, mais ponderada, mais madura... eu sei que doa o que doer, não vou protelar nenhuma delas. porque o que fica é o que há de melhor em mim. e se hoje concluí isso, é porque a dor já passou, e olho pra essa marca agora e vejo que o que a causou não me fazia bem. no escuro eu não conseguiria vê-la. foi preciso esperar o sol chegar. não preciso estar na lanterna dos afogados para constatar que as marcas que tenho compõe o que sou.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

como o ditado quer dizer...




uma pedra solta num penhasco penderá para o fim do abismo a não ser que mil homens arrisquem suas vidas e formem uma barreira para contê-la. ou então, que um só homem tenha uma ideia inovadora e rápida o bastante para salvar a pedra e a vida prestes a ser esmagada por ela. o fato é que no desenrolar do seu percurso, a pedra se machuca e machuca. ela arranha e é arranhada. é uma luta narrada por Talião – o chão que recebe a ferida, magoado por ter sido ‘pisado’, devolve, na mesma força e intensidade, o ferimento recebido. é a física  da vida – colhe o que se planta. 

e essa história toda de pedra, penhasco e Talião foi só pra divagar mesmo. espertinho, meu cérebro decidiu pensar em outras coisas pra não ter que ouvir e ler sobre o real motivo de ter-me feito sentar e escrever. não preciso explicitar esse motivo, quem me lê nas entrelinhas decifra cada palavra que o papel não recebe. mas o hoje e o agora precisam ficar eternizados aqui. porque antes disso, ficaram em meu coração, alma e pensamento. 

em vão minha alma tenta se refrigerar em viagens e palavras sem nexo... a verdade é que as coisas caminham sozinhas para o destino que elas devem ter. não falo de destino como uma força superior imutável, mas de rumo, direção. depois que um fato determina o sentido de uma situação, será necessária uma força cósmica para retroceder a progressão da sequência de outros fatos consequentes ao primeiro. existem coisas que demandam mais que querer e sonhar, que não dependem do meu eu ou da minha força de querer fazer ser. escapam de mim e alojam-se num lugar em que não alcanço. e de tanto correr, já não tenho força pra subir a escada. (sei que posso parecer contraditória, mas há uma linha tênue entre o que eu quis dizer e o que possa te levar a fazer tal julgamento).

complexo, não? mas acredite: não há como simplificar. quer dizer, há sim, mas talvez seja dolorido demais constatar o óbvio.

... água mole em pedra dura bate tanto, que transforma a solidez da rocha num vulnerável grão de areia.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

coragem, menina covarde!



coragem para acordar e continuar sonhando nesses dias de insônia,
para vestir-se e sair radiante num mundo que te quer despida e apagada,
para andar com os pés no caminho certo quando os atalhos tem enfeites em neon,
para chegar aonde planejou ao sair de casa, mesmo quando alguém tentar te desviar da rota.

coragem, menina, para experimentar um suco novo... não tema! pode mesmo ser gostoso!
coragem para gostar, desgostar, para começar, terminar, recomeçar. para parar de tentar.
para manter os olhos abertos até para aquilo que não quiser ver,
para voltar, correr ou quem sabe, voar!

coragem, menina, deixe de covardia!
para aceitar, para dizer não, para mudar de posição.
siga instintos – sem eles, nem uma tartaruga sobreviveria!
pondere. arrisque. pense. faça.

coragem, menina, para ser você. para ser feliz;
para sofrer, rir, chorar, gargalhar;
para guardar dentro de si a dor que não lhe couber no peito.

para gritar ao mundo a lágrima que abafou sua voz.
para matar a vontade, para morrer de vontade.
coragem, menina, para ter coragem de viver.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ponto. final?




e porque acabou significa que teve fim?

uma coisa é fato: se acabou, não era amor. amor não acaba. pode acontecer de ele ficar pequeno demais, e por isso, começar a sufocar (um indício disso é ‘falta de ar’), ou então, ficar tão grande que torne impossível a caminhada. como já disse em publicações anteriores, o amor pode ‘deixar de servir’. mas acabar não, isso não é coisa de amor. 

quando o fim se aproxima, você pode optar por apressá-lo, procrastiná-lo ou então, deixar que os fatos prossigam no ritmo habitual. independente do que escolher, proteja seu coração, pois será bombardeado de críticas. elas virão de todos os lados, e serão embasadas pelo sentimento de posse que as pessoas nutrem em relação a você. pois só falamos com propriedade de algo que nos pertence.

é por isso que falo com propriedade da minha dor. e acredite, não há analgésico mais eficaz para as dores da alma que escrever sobre elas e para elas. porque as dores da alma são egoístas, gostam de ler sobre si mesmas. gostam de ser descritas com palavras rebuscadas... por isso elas são tão avassaladoras, porquê querem ser percebidas e sentidas com toda a riqueza dos detalhes que a fizeram nascer.

mas enfim, a dor do fim. a dor pelo fim, de vê-lo se aproximar e não saber como enfrentá-lo, ou se ele deve ser enfrentado, ou aceito, ou adiado, ou adiantado ou...  enfim, é o fim! não há como evitá-lo. ele é o futuro do finito. e é o destino de muitos ‘sempres’ jurados impulsivamente. engraçado perceber que uma única sílaba seja precedida por tantas palavras... tantas explicações ensaiadas, tantos porquês descartáveis...

na verdade, não interessa o que vem antes do ponto final. depois dele, as palavras que o precederam são transformadas em lembranças. e não importa se serão doces ou amargas. acabou. e ponto final.

terça-feira, 24 de julho de 2012

caleidoscópio




 pensamentos são como cristais – moldados com esmero e meticulosidade, prontos pra serem apreciados pelos olhos de quem conhece o valor de algo precioso. mas aí vem um desavisado ou então, um desastrado e pronto – um movimento errado, um passo em falso, uma palavra dita com força demais. e o que antes era inteiro e possuía vida, estilhaça-se em milhares de caquinhos aparentemente inúteis. chegam a representar risco pra quem insistir em permanecer por perto. alguém pode dizer “_vamos jogar esses cacos fora, não servem pra mais nada”. ignoram que a vida que existia na peça inteira ainda existe fragmentada nos cristaizinhos espalhados.

uma coisa é fato – nunca mais será como antes e talvez por isso, muitos prefiram jogar no lixo. os que descartam os detalhes não sabem o sabor de vê-lo compondo um todo. a cor que vc vê é composta por fragmentos q vc ignora. não fossem eles, o mundo seria uma escala de cinzas monótona e fria.

 um dia alguém resolveu valorizar os cacos. selecionou as cores mais bonitas, os fragmentos que continham os detalhes mais admiráveis e TCHAN – o caleidoscópio nasceu. uma das coisas mais terapêuticas é rodar aquele tubinho e admirar as paisagens, imagens e cores que o movimento dos cacos formam. uns pequenos, outros maiores... são como ideias e pensamentos. você ‘cata’ uma frase que pensou hoje, uma cena que idealizou ontem e pronto – não há quem vá jogá-los fora se você souber guarda-los.

eu escolhi guardar os meus aqui. gosto da imagem que formam pra mim. sem a pretensão de que vejam o que eu vejo, compartilho fragmentos de mim.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

cá comigo...

tô engasgada com uma coisa que me tirou o sono hoje. existem diálogos que demandam o silêncio como resposta. só que uma alma magoada não se silencia - pelo contrário, ela chora e anseia por alguém que lhe ouça as lágrimas.
 
sei que ao ler isso alguém pode pensar que sofro por um problema familiar, ou então por uma briga amorosa. mas hoje eu não vou me importar com outros pensamentos senão os meus. como sempre, vou escrever pra me ouvir. vou ouvir minha alma, hoje ela precisa de mim. a vantagem de conversar comigo mesma é que não preciso expor o fato que me leva a tais palavras, só quero registrar o que não quero esquecer.
 
não quero esquecer desse silêncio de hoje. ele foi tão ensurdecedor que levantou-me da cama e colocou-me diante de mim mesma. e qqer um sabe que da cama só se levanta quem tem algo muito urgente a fazer.
 
urgência, é isso.
 
não quero esquecer da insignificância, da impotência, da solidão, da dor. pode parecer uma realidade pejorativa, mas afinal, crescer dói. taí, tapeie sua curiosidade: estou sofrendo pelo crescimento, essa etapa inevitável a que todos estão fadados. TODOS, até os que se recusam a encará-la.
 
nada de papai noel, de príncipes perfeitos e castelos inabaláveis. nada de pote de ouro no fim do arco íris e de varinhas de condão. agora é o meu suor; agora é conviver com o defeito alheio e com a instabilidade da tênue solidez que embasa as amizades e os amores.
 
sorrisos não fazem sala e não conferem liberdade a ninguém. aprendi isso hoje. 

pergunto-me se é possível alguém que não se sente confortável na minha sala conseguir esse conforto no meu coração. penso que seja também uma questão de querer, de deixar-se... não há espaço aconchegante o bastante pra quem não se deixa aconchegar. não acho que tem a ver com medo... mas com amor mesmo.