quinta-feira, 17 de outubro de 2013
pra quem tem raiz.
o que te faz diferente de todas, se estás
plantada no mesmo solo que as outras?
qual será o passarinho que carregou tua
semente? e por quantos dias ele voou pra te trazer?
quantos anos demorastes pra crescer? quais
os primeiros olhos que te viram florescer?
linda és pela vida que fazes nascer, e pelas
outras que não deixastes morrer.
e enquanto recebes as lágrimas de
felicidade que do céu te banham,
guarda meu amor, enquanto meus olhos à
procura dele sonham.
e
prometo que ao encontra-lo gravarei em ti para que eterno fiques,
como eternizada estás no solo em que vives.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
pro sol brilhar em mim
e se é pra ser feliz, eu mergulho. e mergulho sim, sem medo
da profundidade ou da falta dela. cansei
de covardia, quero ousar. ousar em mim mesma, no que eu acredito, no que eu
quero. reavaliar os meus espaços, crescer aqui dentro. tem tanto de mim a ser
conquistado por mim. tantas portas a serem abertas, tantos quartos esperando minha
entrada. complicada? eu? não, claro que não! curiosa, apenas. no dia em que eu
perder o interesse em mim, tudo perde o porque. gosto de decifrar, conhecer a
mim mesma. não, também não sou narcisista, não se trata disso, mas de saber o
que me atrai, o que me trai, o que me dói, o que me satisfaz. e prometo a mim
mesma não deixar que a necessidade de ser aceita seja maior que a de ser feliz.
e nessa busca pela felicidade, e por aquilo que sei que me aproximará dela, prometo
encontrar-me em mim mesma, ao invés de perder-me nos outros. muito menos nas opiniões dos outros. porque eu
sei o que se passa aqui dentro. sei o quê e quem me faz sorrir. e a esses,
motivos e pessoas, prometo nadar na direção em que o sol brilha pra mim.
porque aí eu sei que ele vai brilhar em mim.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
marcas.
em uma das minhas conversas matinais com o espelho percebi
uma ruga a mais no canto dos meus olhos. é, talvez eu não devesse comentar
sobre isso... não é um detalhe que nós,
mulheres, queremos que chame atenção. mas a questão é o que está por trás dessa
nova marca, o que eu vivi nos minutos dos dias que compuseram o ano que a fez
surgir ali. e o porquê de exatamente ali. foi por repetidos sorrisos ou pelas
lágrimas em segredo? ou então pelo desgaste do dia a dia, ou pelas noites mal
dormidas?
a vida passa sem a gente perceber. o que eu fiz hoje que me aproximou
do que eu quero ser? quem eu quero ser hoje é a mesma pessoa que eu queria ser
antes que essa ruga estivesse aqui? é um passado que a gente leva presente por todos os dias da vida.
passou, marcou, ficou e me faz ser quem sou.
não sei você que me
lê, mas eu costumo refletir sobre mim. e acredite, o que lê aqui não são as
conclusões a que eu chego, mas os pensamentos brutos que me levam à elas. talvez
por isso você se perca comigo. mas no final a gente se encontra...
... ou não.
sábado, 13 de abril de 2013
estou pronta. pra estar pronta...
... pra voar. pra te deixar ir. pra me deixar ficar. pra me deixar
florescer. pra me permitir. pra te soltar. pra eu ser. pra eu viver. pra me
conhecer. pra ver até onde ir. pra entender o porquê. pra saber até onde eu
quis. pra ouvir o que eu sempre esperei. pra dizer não pra você. pra aprender.
pra gostar de mim. pra não deixar de gostar de você. pra não deixar de lhe
querer bem. pra não pensar mais em você. pra acreditar no amanhecer. pra não valorizar
o anoitecer. pra deixar acontecer. pra não ouvir você dizer. pra divagar. pra
embriagar. pra não desistir de esperar. pra animar. pra deixar morrer. pra não
impedir de nascer. pra olhar além. pra não chorar. pra descansar. pra matar a
dor. pra não sofrer . pra não voltar a trás. pra prosseguir. pra saber aonde
não ir. pra saber te ver sorrir. pra aprender a coexistir. pra não
querer parar de sentir. pra gostar de lembrar. pra arquivar. pra deixar com
está. pra ter coragem de mudar. pra perder a conta. pra ver o fim do que era
pra sempre. pra sempre nunca mais. pra mais ser sempre. pra sempre ser mais.
pra nunca mais olhar para trás.
sábado, 2 de março de 2013
monólogo
ao invés de me culpar por aquilo
que dá errado, tenho que aceitar que
algumas coisas simplesmente não dão certo. não deram, não dão e nunca darão.
independente do esforço que eu faça. egoísmo não é apenas querer tudo pra si,
mas também julgar-se importante ao ponto de ser causador dos erros do outro... erros
inerentes ao caráter do outro.
o relógio biológico do mundo não
é programável, ele está fadado a continuar girando, e não há como fazê-lo
voltar. por isso, nesse exato minuto, as palavras e as atitudes, e as lágrimas
ou sorrisos consequentes à elas serão eternizados na memória de quem as falou e
ouviu. nunca poderão ser apagadas. nem mesmo um pedido de desculpas conseguirá
extinguir o estardalhaço que causaram ao entrar dilacerando as entranhas da
razão. porque apesar de tão convicta e inabalável, nem mesmo a razão resiste ao
furor de uma palavra e de seus estilhaços. aliás, ‘desculpas’ hoje são uma
forma de amenizar a própria culpa, não de acalentar a quem se faz o pedido.
‘ame a si mesmo e às suas vontades.
ame seus desejos, seu ar, suas narinas e seus pés.’ depois disso, pense em amar
outro alguém. amar dói, mas ninguém avisa isso pra gente. o amor é pintado,
escrito e cantado com o bom príncipe no cavalo branco... mas na verdade, é um
cavalheiro rebelde e indolente, que se satisfaz nas lágrimas pela madrugada,
nas refeições perdidas e nas cartas inacabadas. e além de tudo, o amor é
frágil. não o sentimento, mas o coração que o carrega. frágil no sentido de não
sobreviver ao deserto da indiferença. ele pode caminhar por algum tempo, mas
quando o sol causticante da desilusão ofusca os olhos, impedindo que o
horizonte seja contemplado, não há como prosseguir. e não há miragem que mude
essa realidade.
palavras ditas em uma noite não calam a voz daquelas que não foram ditas durante anos. ceder não é permitir. exigir
respeito, consideração e compreensão é
ultrajar o próprio ego. é despir o coração e render-se ao escárnio. se for preciso exigi-los, é porquê já
deixaram de existir há tempos. e sem respeito, não há mundo.
por falar em mundo, se o ar deste
em que vivo é rarefeito demais ao ponto de tirar-lhe o fôlego, tenho que avisar
que não há recurso pra que você continue vivendo nele. e na verdade, nem eu sei
mais se te quero respirando comigo.
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