abri um vinho e quis ouvir
aquela música que nos despia,
pra vestir de bem querer
aquele amor que me consumia.
me fiz mulher sem saber ser,
travei infidelidade a mim
pra ser fiel a você,
apagando a brasa do meu querer.
de sangue e suor me compus,
pra cantar a música que você escreveu.
cantei em versos rimados
a lua do amor que nunca cresceu.
hoje bebo esse vinho tinto
desnudo de cor pra te cobrir
com o manto sagrado do perdão
que bordei e deixei aqui dentro do coração.
profano desejo de pertencer
a um amor que só em mim eu vi nascer.
na finitude do sempre que você calou,
está a mulher que outrora fui, e não mais sou